Anestesista veterinário dá dicas de como identificar mal-estar, como proceder e o que não fazer

Ter um animal de estimação é uma grande alegria, mas o cuidado também pode ser desafiador, especialmente porque eles se comunicam de forma diferente das pessoas. Dessa forma, pode ser difícil identificar algumas de suas necessidades ou mesmo se o animal está sentindo algum tipo de dor. Gabriel Aquino, anestesista do Hospital Veterinário Taquaral (HVT), em Campinas-SP, aponta 7 sinais de que o animal de estimação pode estar passando por mal-estar ou algum tipo de problema de saúde. Fique atento se o animal:

1 – não busca o brinquedo

2 – fica amuado

4 – protege a barriga

5 – tenta morder quando tocado

6 – fica recluso

7 – pede mais colo e atenção

Gabriel Aquino, anestesista do Hospital Veterinário de Taquaral (Campinas-SP)

Se o animal também está perdendo o apetite, evitando escadas ou outros comportamentos típicos ou ativos como subir na mesa, no caso de gatos, por exemplo, também pode ser um sinal de dor. Um conjunto de dois ou mais desses sintomas ou mesmo um único sintoma entre eles de forma prolongada, pode ser um bom motivo para uma visita ao veterinário.

“Fique atento ao comportamento do animal. Note, o que ele fazia antes que não faz mais? Faça uma análise desse comparativo na mente e em seguida procure um veterinário. No consultório, por estar recuado e com medo, o pet pode disfarçar seus sentimentos. Muitas vezes, a avaliação eficaz feita antes em casa auxilia bastante o trabalho do veterinário”, ensina o anestesista.

Dor aguda e crônica nos animais de estimação

Há dois tipos de dor: a aguda e a crônica. A aguda é intensa e surge de forma repentina, podendo ser resultado de uma cirurgia ou de alguma lesão recente. Se a dor aguda não for tratada, também pode se tornar crônica.

De acordo com Aquino, a dor crônica é caracterizada pelo processo mais longo de terapia. A dor pode não ser tão intensa quanto a aguda, mas permanece o tempo todo. Os nervos de quem a tem já estão alterados, bem como o psicológico. “O tratamento é mais difícil, custoso, exige paciência e uma equipe multidisciplinar para descobrir e uma condição multi-farmacológica para cuidar. Muitas vezes requer ajustes da dosagem das medicações e experimentação de procedimentos. O tutor é integrante dessa equipe e é o mais atuante”, afirma.

Para tratar a dor crônica, a medicina veterinária avançou com diversas opções de tratamento. Aquino dá exemplos: acupuntura, laserterapia, fisioterapia e medicações são algumas das opções.

Conforme o anestesista, o importante é não considerar que a dor seja normal e buscar o especialista para aliviar as sensações ruins do animal de estimação, independente da idade.